Vamos brincar aos médicos?

Desde 21 de abril que centenas de crianças já passaram pelo XVII Hospital da Bonecada – que decorre na Praça Central do Colombo, até 29 de abril, das 9h às 21h – e ficaram encantadas com o que viram. Até descobrimos por lá um futuro médico, de oito anos, o Miguel: “Quero ajudar as pessoas a ficarem melhor. E dizer aos meninos para não terem medo!”.

Miguel não é caso único. Também Madalena Pestana, estudante do 4.º ano da Nova Medical School, e uma das responsáveis por esta edição do Hospital da Bonecada, sentiu o apelo da medicina desde cedo, e hoje não podia estar mais feliz com a escolha. “Desde que me lembro que ser médica foi sempre o que quis. E fiz a escolha certa, estou a adorar o curso!”, garante.

Neste hospital de brincar, de entrada gratuita, as crianças trazem um boneco e entram num jogo de faz de conta com vários estudantes da área da saúde, da medicina passando pela enfermagem à fisioterapia, entre muitas outras áreas. O objetivo é que percam o medo da bata branca e que os futuros médicos consigam desmistificar o que acontece em contexto hospitalar, de forma a que quando os mais pequenos forem ao hospital não vão cheios de medo.

E quais são os maiores receios? “São as ‘picas’! Além disso, aquelas grandes máquinas que temos para fazer raio X, TAC, ressonâncias magnéticas geram sempre muito receio porque representam o desconhecido. Tentamos mostrar o que a máquina faz, se dói, o que devem esperar para não serem apanhados de surpresa. É importante explicar o que se vai passar e o porquê de estarmos a fazer determinado tratamento ou exame. Assim é muito mais fácil lidarem com a situação.”

Este ano, o Hospital da Bonecada vai passar mais dias na Praça Central do Colombo mas também vai sair de portas. Madalena explica: “Nesta edição temos formações para estudantes de medicina, na área da oncologia pediátrica, que é o tema desta edição, e também vamos às escolas formar as crianças em temas da saúde como nutrição, sinais de alerta de várias doenças, como um AVC ou um enfarte, e ainda lhes ensinamos técnicas de suporte básico de vida.

Tiago, de sete anos, e Madalena e Miguel, ambos com oito, que vieram da Escola Pedro de Santarém, em Benfica, não podiam ter ficado mais encantados com a experiência. “O que gostei mais foi de estar na sala de operações porque a minha boneca tinha o braço partido e depois ficou boa!”. Miguel estava tão contente com o resultado da consulta do seu boneco que não teve dúvidas na altura de responder à pergunta: O que é que queres ser quando fores grande? “Médico, claro! Porque assim posso ajudar outras pessoas e é isso que importa”.

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