Já pensou ser um colecionador de arte?

O Centro Português de Serigrafia está no Colombo para tornar cada visitante um especialista em obras gráficas. Em exibição estão nomes maiores da arte contemporânea, numa exposição que mostra o trabalho aperfeiçoado por este centro ao longo de 30 anos.

Já só tem até 12 de maio para ver a exposição do Centro Português de Serigrafia (CPS) no Colombo, no piso 0, junto à loja Casa. Uma iniciativa que tem como missão dar a conhecer a novos públicos obras de Júlio Pomar, José de Guimarães, Cruzeiro Seixas, Souto de Moura, Alexandra Mesquita, Cristina Ataíde, Fabesko, Gracinda Candeias, Ivan Messac, Jorge Martins, Manuel D’Olivares, Marçal, Silva Palmeira e Sofia Areal.

Esta é uma mostra única, não só por divulgar a obra gráfica desenvolvida pelo CPS – serigrafia, litografia e gravura – como ainda dá acesso a algumas das peças mais emblemáticas da sua coleção, que ao longo de três décadas já ganhou 20 prémios e deu a conhecer o trabalho de 558 artistas de 26 nacionalidades, em 186 exposições nacionais e internacionais.

A exposição agora patente no Colombo foi organizada tendo como base a intersecção de trabalhos de artistas mais conhecidos – como Júlio Pomar, José de Guimarães, Cruzeiro Seixas ou Souto Moura – e outros menos mediáticos mas com técnicas mais experimentais.

Um desses casos é Manuel D’Olivares que apresenta uma peça que junta serigrafia e colagem sobre um suporte metálico moldável. Ou Alexandra Mesquita que apresenta um espelho acrílico onde o público se pode ver refletido. Destaque ainda para a serigrafia de Jorge Martins com 92 cores que levou três meses a ser concluída.

Voltando ao grandes vultos nacionais, João Prates, diretor do CPS, destaca a obra de José de Guimarães como uma das mais especiais.

“O papel utilizado foi encomendado de propósito, é artesanal e único, tem marca de água com o nome dele, sendo que todo o processo de diálogo do artista com o ateliê foi acompanhado e documentado em livro.”

João Prates admite que embora persista a ideia de que a obra gráfica – seja ela a serigrafia, a gravura ou a litografia – é uma obra menor, “não é de todo assim. Há que desmistificar a ideia de que é uma cópia – não é! É uma forma de criação do artista com um ateliê especializado. Cada peça é numerada e irrepetível, numa série que não ultrapassa os 200 exemplares”.

Todas estas especificidades fizeram com que muitos artistas do século XX tenham tido uma extensa produção no que à obra gráfica diz respeito. João relembra: “Só Picasso tem uma série de duas mil! Aqui há uns anos, uma gravura dele chegou a um milhão de euros em leilão! Não é por isso de estranhar que as principais leiloeiras se dediquem a elas…”, conclui.

Para além desta exposição, o CPS tem no Colombo, no piso 0 junto à farmácia, uma loja pop up não só para vender as peças como para acolher os novos sócios, que mediante o pagamento de uma quota de 39€, têm acesso a duas obras. A primeira pode chegar até aos 395€ e a segunda pode ser escolhida entre a série “Zodíaco”, de Pedro Martins. São serigrafias de cada signo, cada uma com uma constelação que brilha no escuro. A loja vai estar aberta até junho.

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