Oskar & Gaspar: uma inspiração chamada Vieira da Silva

A 9.ª edição de A Arte Chegou ao Colombo tem o selo da criatividade do coletivo especialista em artes multimédia Oskar & Gaspar. Fique com a entrevista da dupla e arrisque-se a viver esta experiência sensorial, no mundo da artista Maria Helena Vieira da Silva.

A obra de Maria Helena Vieira da Silva como nunca a viu: desconstruída entre efeitos de ilusão ótica e diferentes perspetivas, amplificada em animação 3D e sensorial quanto baste. Criatividade, espetacularidade e originalidade são os três adjetivos que encaixam na perfeição com o trabalho da dupla Oskar & Gaspar, responsável pelo projeto multimédia de “Vieira da Silva. Exposição Imersiva na Obra da Artista”, que está até 26 de agosto na Praça Central do Colombo.

Já colaboraram com David Guetta ou Chris Brown, surpreenderam o mundo criativo de Cannes com as suas técnicas de video mapping e participaram no programa “America’s Got Talent”, onde o corpo de Heidi Klum serviu de tela para as suas criações gráficas. Estas são apenas três linhas de um currículo dos dois especialistas ligados às artes multimédia, que deram agora uma nova vida às telas de Vieira da Silva.

Estivemos à conversa com a dupla criativa Oskar & Gaspar, aqui na pele de Guillaume de Oliveira e Francisco Leone, sobre a experiência imersiva que pode sentir na Praça Central do Colombo. Mais abaixo fica a entrevista na íntegra, mas entretanto fique já com um excerto da conversa em vídeo:

 

Como se inspiraram para este projeto?

Guillaume: A inspiração veio mesmo da artista em si. Tivemos o apoio da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva para nos explicar, em termos técnicos, detalhes que não estão muito à vista, como por exemplo o trabalho da perspetiva. Ela trabalhava muito a perspetiva. Foram todos estes inputs, que recebemos de pessoas que dedicam a vida à obra dela, que foram o ponto de partida para nós desenvolvermos o trabalho de animação 3D.

O que se pode esperar desta apresentação? 

Guillaume: O objetivo mais alto que podemos ter tem a ver com o próprio adjetivo “imersivo”. Se nós conseguirmos que, dentro de uma das três salas, sinta que está dentro de um quadro, o nosso objetivo está alcançado. 

Francisco: É muito por aí. Mas também gostávamos muito que as pessoas depois de verem aqui o nosso trabalho, fiquem com curiosidade de visitar o Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva para verem ao vivo as obras que estamos aqui a trabalhar.

Quanto tempo demorou este processo?

Guillaume: Começámos no início deste ano, todo o estudo da obra e da vida da artista para poder contextualizar todos os quadros e tudo mais. E a partir daí foi um trabalho conjunto, até porque estamos a trabalhar com várias entidades. Não é só a criação Oskar & Gaspar, mas também o trabalho do KWY, na arquitetura, a Europalco, na instalação técnica, o Rodrigo Leão, na música. Tivemos que trabalhar todos juntos e o trabalho de cada um influenciou o outro. As coisas foram andando assim a um ritmo muito orgânico, mas que demorou algum tempo até estar tudo pronto para apresentar.

E agora um segredo: qual foi o quadro de Vieira da Silva que mais gostaram de trabalhar?

Guillaume: Eu pessoalmente uso o joker, não vou responder. São como meus filhos, não tenho preferidos.

Francisco: Eu gosto muito do “Atelier (Lisbonne)” porque é um quadro icónico de Vieira da Silva e a representação que conseguimos fazer do quadro, a mim, agrada-me particularmente, conseguimos trabalhar a luz e toda a questão da perspetiva e restantes elementos. Portanto, aquele é um quadro que, na minha opinião, é muito a Vieira da Silva. E portanto esse foi o mais intenso. 

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