Terry O’Neill: a estrela que fotografa as estrelas

Conheça o autor da exposição que está na Praça Central.

Decorria em estúdio a sessão fotográfica do oitavo album de David Bowie, Diamond Dogs. O cenário contava apenas com o cantor sentado numa cadeira e um cão. Sempre que o flash era disparado, o cão ladrava e saltava. Todos em estúdio se assustavam, exceto Bowie, que mantinha um ar sereno e impávido, e Terry O’Neill, que conseguiu a foto que ficou para a história da música. Isto aconteceu em 1974, mas a carreira do fotógrafo começou mais uma década antes e contou com outras fotografias que se tornaram ícones, quase todas elas retratos.

É este o tipo de fotografia que carateriza o trabalho de O’Neill que começou a sua carreira na década de 60. Aos 26 anos, em meados dos anos 60, foi para Hollywood, e lá fotografou os maiores actores de cinema da era dourada.

Fotografou também grandes artistas da música, como o Beatles e os Rolling Stones, antes de as bandas se tornarem conhecidas.

De certa forma, O’Neill ajudou a definir a carreira destas lendas, através das suas fotos icónicas, como é o caso de uma das suas primeiras fotos publicadas, que retrata a gravação de Please Please Me, o primeiro álbum dos Beatles gravado em estúdio que ganhou grande destaque na altura ao surgir num jornal.

As fotos intimistas, de proximidade entre a câmara e o modelo, caraterizam o trabalho de O’Neill, que entrou no mundo da moda meio por acidente: queria tornar-se comissário de bordo, para poder tocar bateria na America (O’Neill é londrino, filho de emigrantes irlandeses) mas acabou por arranjar trabalho na unidade de fotografia.

De facto, a música sempre foi uma paixão do fotógrafo, que queria ter uma banda de Jazz. Hoje, de todas as fotos que já tirou, apenas três enfeitam a sua casa: Miles Davis, Charlie Parker e Dizzy Giilespie, conhecidos saxofonistas do mundo do Jazz.

Mas a fotografia era a sua paixão. Trabalhava sete dias por semana e não se importava, por sentir que era parte de algo importante.

E foi: o seu trabalho marcou em particular os Swinging Sixties, ao retratar esta época de revolução cultural que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, em Londres.

Mas as cinco décadas de carreira de O’Neill foram marcantes e fizeram de Terry O’Neill o fotógrafo com fama mais extensa de sempre. Segundo o próprio, o segredo para a longevidade do seu trabalho é fazer as pessoas esquecer que estavam a ser fotografadas.

Já expôs em diversos museus e galerias de arte como o The National Portrait Gallery ou o Museu V&A, em Londres. Também expôs em coleções particulares de todo o mundo, não fosse um dos fotógrafos mais colecionados de sempre.

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