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Série Girls chega ao fim
Uma série verdadeiramente crua, feita para todas as mulheres que se sentem eternas miúdas a tentar fazer a coisa certa.
A série “Girls“, da HBO, nunca chegou a passar na televisão generalista portuguesa. Ainda assim, é um sucesso entre o público feminino, que a acompanhou religiosamente durante os últimos anos e que chora agora ao tentar imaginar a vida sem estas quatro girls cujas vidas tem acompanhado. Mas afinal, o que é que esta série tem de tão especial?
Começou em 2012 pela mão de Lena Dunham, com quatro jovens adultas como protagonistas de conquistas e dramas amorosos, profissionais, familiares e identitários. Rings a bell? Sim, as semelhanças com “O Sexo e a Cidade” são inegáveis, mas esta não é mais uma das muitas tentativas de imitação. É antes uma reinterpretação, com personagens totalmente diferentes, ângulos mais modernos e (talvez por isso) mais crus, com uma linguagem disruptiva de tão verdadeira.
Comecemos pelas personagens que não encaixam nunca no conceito de herói nem no de vilão. São simplesmente como todas nós: boas e más consoante as situações. Continuemos com a definição do que é ser adulto, que é constantemente desconstruída brilhantemente por Dunham, dando-nos a constatar que envelhecer não significa crescer (ou pelo menos tornarmo-nos crescidos) e que continuar a errar como uma little girl não tem nada de raro. E terminemos aplaudindo a abordagem real do que é o sexo, quer pelas experiências fora da caixa das personagens quer pela estética das cenas filmadas – porque os corpos das girls de “Girls” (e de todas as outras personagens) são corpos iguais aos nossos, uns mais assim e outros mais assado, com mais ou menos celulite, mais ou menos estrias, mais ou menos histórias. Reais.
Depois de seis temporadas, a série chega agora ao fim, com muitas surpresas ainda reservadas para o último episódio. Sem querer desvendar demasiado, adiantamos só que o final é – como só poderia ser – totalmente realista, com tudo o que isso tem de bom, mas também de mau.
Se ainda não conhece, vá descobrir a série e deixe-se viciar. Se a acompanhou, não sofra com o fim desta era, leve apenas as lições aprendidas – ou a certeza de que não existe na vida uma lição absoluta.